sexta-feira, 18 de março de 2011

Crônica ao cerimonialista

Quem é aquele a quem se curvam reis, presidentes, governadores, autoridades, para segredar-lhe ao ouvido?
De que força se reveste esse desconhecido, tão discreto, recostado aos cantos, atendido sem discussão a um curto aceno?
Qual ao mistério que envolve esse alguém, que autoridade não é, mas a ele orienta cumprimentos expressões e procedimentos?
Quem é esse que com perspicácia administra gafes e descontração, transforma simplicidade em formalidade, sem perder a importância e o respeito; cumpre e faz cumprir a hierarquia e antecipa detalhes para evitar improvisos ?
Que extraordinária influência exerce esse profissional sobre dirigentes do mundo para definir ordem e etiqueta, recepcionar e ser recepcionado, servir e ser servido atender e ser atendido?
Esse que tem sempre um sorriso nos lábios, alegria nos olhos, respostas rápidas e soluções precisas é o cerimonialista.
Um misto de conselho e orientador, planejador e executor, codificador e normatizador, decorador e contra regra.
É comunicador, pedagogo, relações públicas, orador e escritor, poeta e sonhador.
Sim, é ele quem planeja, organiza, executa, avalia e ao final senta-se a última poltrona sorrindo para si mesmo, com extrema emoção, no silêncio do salão, agora vazio ouvindo o bater do próprio coração e o ressoar dos últimos passos da platéia para dizer:
“Obrigado meu Deus, por ter-me permitido não falhar"

Nenhum comentário:

Postar um comentário